terça-feira, 19 de junho de 2007

Interrail (parte 3 1/3)

Ora vamos lá continuar o nosso 2º dia que já me cheira que querem mais paródia. Aqui vai:

  • A uns 4 metros de nós estava um velho com umas expressões de messias, um tom de voz intimidador e uma pose de capitão Haddock (na realidade era indiscritível, só vendo) a pregar a palavra de "Jesus de Arimatea" a uma audiência composta por uma velha com um ar de frete brutal e um tipo com uma descarada pinta de paneleiro. A conversa prolongou-se durante vários packs de cerveja e maços de cigarro, enquanto se ouviam grandes expressões como:
    "(...) esto no es cheta, esto es LA VIDA REAL"
    "como mi mestre en oculto decia (...)"
          e astrologia para aqui e o oculto para ali.
  • Na mesa ao nosso lado estava uma senhora com ar de hippie que já prescreveu (45-50, segundo parece) que fumava ganza quase ininterruptamente. Tinha uma filha com 4-5 anos que parecia que tinha sido possuída pelo demo e gritava a plenos pulmões:
    "yo soy una bruja"
    A mãe não primava pela paciência e a dada altura tentou pegar fogo à filha com o isqueiro. Não teve grande efeito, apenas impediu o animal de fazer acrobacias durante 2 minutos.
  • Entre as 12 e a 1 (madrugada, pois claro) chegou o Luís com a sua namorada, com os quais conversamos durante uma quantidade de tempo razoável (o futebol, como costume, foi uma boa moeda de troca). Era um tipo da Andaluzia, de um pequeno pueblo, simpático e simples. Era DJ numa discoteca que era um negócio de família. Reapareceu por volta das 3 da manhã para continuar a conversa, exactamente no momento em que nos preparávamos para dormir nos bancos do bar. Escusado será dizer que os bancos do bar eram bastante mais confortáveis que os do nosso compartimento.
  • Dormitámos no máximo 1 hora e chegamos a Barcelona por volta das 7 da manhã.

E o 2º dia já lá vai!

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